Infectologistas de MS pedem providências contra uso indiscriminado de corticoides 4l311

A preocupação com uso inadequado de corticoides no combate à covid-19  motivou o envio de ofício pela SIMS (Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul ao CRM-MS (Conselho Regional de Medicina). Datado de 16 de agosto, o documento chama atenção para riscos aos pacientes e sugere à autarquia adoção de providências a respeito.  Os especialistas solicitam “encarecidamente” que o […] 1vq4l

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Xarope de dexametasona, corticóide usado para tratamento de covid-19. (Foto: PP)

A preocupação com uso inadequado de corticoides no combate à covid-19  motivou o envio de ofício pela SIMS (Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul ao CRM-MS (Conselho Regional de Medicina). Datado de 16 de agosto, o documento chama atenção para riscos aos pacientes e sugere à autarquia adoção de providências a respeito. 

Os especialistas solicitam “encarecidamente” que o conselho de classe investigue e oriente os colegas que mantêm essa prática. Citam que a postura acarreta prejuízo na segurança dos pacientes. Há temor tanto no exagero das doses, quanto na interrupção repentina do uso e, por fim, na automedicação. 

É possível comprar corticoides sem receita, como por exemplo o dexametasona em xarope, muito usado para combater tosses. 

Antes de o texto ser fechado, houve reunião entre infectologias, no dia 2 de agosto. Apesar de não haver recebimento de denúncias, foi manifestada a percepção de uso em demasia desse tipo de medicamento, que, em linguagem leiga, são antiinflamatórios mais potentes.  

“Temos observado em nossa rotina assistencial diária a prescrição por colegas de doses suprafisiológicas em demasia. Em doses realmente muito elevadas”, cita o ofício. 

Está descrito no material que isso traz “profunda” preocupação, devido aos efeitos adversos importantes: ganho de peso, diabetes, hipertensão, e, principalmente a ocorrência de infecções oportunistas. 

Do que se trata   1l302i

“O cortisol é um hormônio esteroide produzido pela glândula adrenal, que está envolvido na resposta fisiológica a situações de estresse (estresse físico, como doenças infecciosas, ou estresse emocional). Corticoide é um termo mais amplo que engloba o cortisol e outras formas sintéticas, que atuam no mesmo receptor do cortisol”, observa a Sociedade de Infectologistas.  

Prossegue a entidade dizendo que o estudo internacional já citado comprovou que o uso da dexametasona foi positivo em pacientes internados com quadros graves de covid-19. “Outros tipos de corticoide, como a prednisolona, também já estão sendo utilizados com sucesso”, anota o comunicado. Em doses suprafisiológicas – acima das concentrações produzidas pelas adrenais normais-, os corticoides exercem ação anti-inflamatória e imunossupressora, explica o material.  

Conforme a nota, quando utilizado como terapia anti-inflamatória e imunossupressora, as doses dos corticoides são no mínimo 4 a 5 vezes mais elevadas do que as doses de reposição fisiológicas.  

Aí está o perigo  562p25

“Nessa situação, o risco de complicações na vigência da covid-19 é potencialmente maior. Pacientes em uso de prednisona 20 mg por mais de 2 semanas ou prednisona 5 mg por mais de 30 dias não podem suspender o tratamento com corticoide de forma abrupta, em virtude do risco de insuficiência adrenal secundária por supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal”, alertam os médicos.  

Conforme orientado, o paciente deve entrar em contato com o seu médico para avaliar a possibilidade e a forma adequada de redução da dose do corticoide. “Caso o paciente em uso crônico de corticoide (prednisona 20 mg por mais de 2 semanas ou prednisona 5 mg por mais de 30 dias, ou outro corticoide em dose equivalente apresente sintomas de gravidade da covid-19, a terapia com corticoide não pode ser suspensa de forma abrupta, em virtude do risco já mencionado de insuficiência adrenal secundária”, detalham.  

Na impossibilidade de continuar o tratamento com corticoide por via oral em virtude da piora clínica, o paciente deve receber hidrocortisona 100 mg endovenosa e 50 mg endovenosa a cada 6 a 8 horas, conforme recomendação da SBMEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).  

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Infectologistas durante reunião virtual em que decidiram pedir providencias ao CRM. (Foto: Reprodução de vídeo)

“A principal razão desta atitude colegiada é a de levantar a discussão sobre o tema e criar um alerta para que haja um estímulo de boas condutas”, declarou ao PP a presidente da SIMS, Andyane Tetila. 

Procuramos o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul e a entidade manifestou apoio à posição da sociedadede especialistas.  

“O Sinmed está totalmente ajustado às sociedades de especialidades e está de acordo com qualquer embasamento científico que essas sociedades definirem”, posicionou-se o presidente, Marcelo Santana.  

Consultado, o CRM-MS ainda ao se manifestou sobre o assunto. 

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