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Fobia Social - Gente que teme gente 4e6x4c

O quadro fóbico social tem tratamento, que é melhor quando feito de maneira integrada entre a psiquiatria e a psicologia 6o35g

Os amigos e parentes lhe perguntavam o que teria acontecido. Ele explicava apenas que não estava satisfeito com o curso. Todos queriam entender por que Adônis havia interrompido seu curso universitário antes de terminar o primeiro semestre. Por que largaria aquilo que antes dizia ser um sonho?

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Marcos Estevão

O jovem pensava em fazer istração de empresas e um dia ter e istrar seu próprio negócio. De repente, sem qualquer aviso prévio, simplesmente abandonou o sonho. Seria apenas uma fraqueza? Um medo inexplicável, que talvez trouxera da infância? Não sabia. Se Adônis não entendia o que estava acontecendo com ele, quem entenderia? Mas, isso o incomodava. Era mais fácil responder que havia desanimado de um curso superior, que era desnecessário, que ninguém precisaria disso para subir na vida.

Os pais não compreendiam, os amigos não compreendiam, Adônis não compreendia. O que havia acontecido com aquele jovem que concluiu o ensino fundamental e médio com louvor, sempre com notas acima da média e que agora na faculdade, antes de terminar o primeiro semestre, abandonou o curso. Nem o trancamento foi feito para deixar aberta a possibilidade de retorno.

Aquilo, porém, o angustiava dia a dia. Vivia ansioso e parecia temer alguma coisa. Começou a fazer uso de bebidas alcoólicas. Achava que sob o efeito do álcool, ficava mais solto, sem ansiedade e sem medos. Essa falsa crença na ajuda do álcool levou-o ao abuso da bebida, o que já preocupava parentes e pessoas à sua volta.

Certo dia, sentou-se para beber com um amigo e, quando já sob considerável efeito do álcool, ou a relatar seu drama. Contou que para ele era extremamente agoniante falar para uma plateia, por menor que fosse. Dizia que na faculdade havia seminários semanais.

Quando chegava sua vez de falar, na verdade, nos minutos que antecediam esse momento, seu coração batia tão forte que parecia querer sair pela boca, sua voz ficava presa na garganta, sua única vontade era sair dali, correr para bem longe, proteger-se daquela gente que o olhava atentamente; empalidecia, suava, gaguejava até perder completamente a voz. Não podia ser arguido ou ser chamado para falar alguma coisa em sala de aula. Saía de sala, evitava as aulas, até abandonar completamente o curso.

O amigo, apesar de também estar sob efeito de álcool, não tanto quanto Adônis, ouviu aquilo atentamente e lembrou já ter visto um caso parecido em sua família e lhe comentou que isso não era normal, que se tratava de uma doença e que, com certeza, havia tratamento.

Todavia, Adônis inconformado, perguntava-se por que seria doença sem qualquer dor física? Seria apenas um medo irracional, uma fraqueza da qual não conseguia livrar-se. O amigo argumentou que falaria com os pais de Adônis, mesmo contra a vontade do rapaz, porque ele precisaria ser tratado. Disse também que procuraria saber onde buscar tratamento e assim o fez com aquele parente que ou por isso.

Adônis foi levado primeiramente para atendimento psicológico. Depois de três meses de psicoterapia, o jovem parecia um pouco mais fortalecido, porém ainda sem coragem de retornar aos estudos. Foi então encaminhado pelo psicólogo ao psiquiatra, que fez o diagnóstico de fobia social ou transtorno de ansiedade social, prescreveu-lhe apenas um medicamento e depois de 60 dias, Adônis já estava providenciando o retorno às aulas.

O fóbico social apresenta um medo desproporcional às vivências públicas, alguns temem falar em público, outros de comer em público ou de escrever público, além de inúmeras outras situações, todas envolvendo uma observação direta da pessoa por vários e até por apenas um indivíduo, como, por exemplo, uma entrevista de emprego, uma troca de uma peça de roupa, uma paquera, etc.

A fobia social é geralmente específica a uma dessas situações citadas acima ou a outra qualquer. O quadro fóbico social tem tratamento, que é melhor quando feito de maneira integrada entre a psiquiatria e a psicologia.

Adonis logo retornou à faculdade, enfrentou seminários – claro que com alguma dificuldade, longe, porém, do que era antes. A cada dia e a cada nova experiência social, soltava-se mais, os seminários já lhe eram corriqueiros e tranquilos, ando a ser um aluno como qualquer outro.

Hoje Adônis é um empresário bem-sucedido, com o seu próprio negócio. É costumeiramente convidado a fazer palestras ensinando os jovens como falar em público e, claro, cumpre esta tarefa com tranquilidade e maestria.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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