Bolo de Santo Antônio une fé, alianças e histórias de amor 68u6r
Distribuição de bolos é realizada em igreja de Campo Grande 5m4f2t
Nesta sexta-feira (13), Campo Grande acordou cedo para celebrar seu padroeiro, Santo Antônio. Com ele, uma das tradições mais esperadas do calendário religioso local, a distribuição do bolo de Santo Antônio, fez fiéis madrugarem.
A ação, organizada pela Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio, movimentou milhares de fiéis em busca de bênçãos, histórias e — quem sabe — uma aliança escondida no recheio.
Ao todo, 17 mil potes de bolo foram preparados, com três mil alianças escondidas. Entre elas, duas de ouro, representadas por vouchers que poderão ser trocados na secretaria da Catedral. A distribuição, feita em formato drive-thru até às 13h, começou antes mesmo do amanhecer: desde as 4h30 da manhã já havia gente na fila, em meio ao frio, à fé e à expectativa.
“Hoje é o grande dia, que a gente se doou tanto, pra hoje fazer essa entrega com o maior carinho, ver a alegria das pessoas. É bonito de ver”, conta emocionada a confeiteira Fernanda Corrêa, que está há três anos na coordenação da ação e há um mês trabalha como voluntária na preparação dos bolos. As duas últimas semanas foram de produção intensa, reunindo dezenas de mãos.
A fé em Santo Antônio e a tradição do bolo também despertam a criatividade dos devotos. A estudante Angelicy Viana, que já está noiva, decidiu empreender: comprou 34 bolos e fez a entrega em domicílio. “Já vendi tudo, deixei tudo certinho, pra todo mundo falar ‘não, eu pego aqui em casa mesmo’. Até meus amigos de outra religião falaram ‘eu quero’”, conta, com bom humor e um olhar cheio de carinho pela celebração.
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Para outros, o laço com o santo já é antigo — e afetivo. A técnica em segurança do trabalho Jana Graciele, que comprou cinco bolos este ano, recorda com gratidão o empurrãozinho do santo no início da relação. “Temos história com Santo Antônio. Já pegamos aliança, já casamos. A gente vem todo ano pra abençoar cada dia a mais”, diz ela, casada há 18 anos.
O padre Vagner Divino de Souza reforça a importância da celebração não apenas como um evento religioso, mas como parte da identidade campo-grandense. Ele lembra que a devoção a Santo Antônio acompanha a história da cidade há mais de 120 anos, desde a fundação feita por José Antônio Pereira, que ergueu a primeira capela em honra ao santo em 1879.
“É um resgate da nossa fé, da nossa história. Campo Grande nasceu devota”, afirma.
A programação segue à noite, com procissão e missa na Praça do Rádio Clube, dentro do Arraial de Santo Antônio, que continua até o dia 15. Mas para muitos, o ponto alto do dia está no pote de bolo recheado de esperança. Mais do que encontrar uma aliança, é celebrar um encontro: com a fé, com a tradição e com o outro.
A Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio é localizada na Rua Tv. Lydia Baís, s/n – Centro, Campo Grande.
